A Cia. Quase Nada existe há sete anos. É um núcleo de pesquisa teatral idealizado pelo diretor Alan Brum em conjunto com um grupo de jovens atores formados pelo INDAC – Instituto de Artes e Ciências, que iniciaram o curso de artes cênicas na instituição no ano 2000. O objetivo central da companhia é a abordagem e pesquisa da dramaturgia contemporânea brasileira e mundial com enfoque social.
Os primeiros trabalhos da Cia. Quase Nada foram: a peça “Roberto Zucco”, de Bernard-Marie Koltès, com direção de Francisco de Assis, que estreou no teatro Plínio Marcos; a peça “Combustão Espontânea”, inspirada na obra de Sarah Kane, dirigida por Paula Coelho e participante do Festival Fringe em Curitiba; o “Projeto Sarah Kane”, um ciclo de leituras idealizado por Alan Brum e realizado no Teatro Augusta.
Em novembro de 2006, com o amadurecimento das pesquisas realizadas pelo grupo, foi desenvolvido o espetáculo “Quase Nada”, de Marcos Barbosa, que estreou na Sala Experimental do Teatro Augusta, sob direção de Alan Brum. Em 2007, a convite da Secretaria da Cultura da Prefeitura de São Paulo, “Quase Nada” ficou em cartaz no Teatro Cacilda Becker e, logo em seguida, realizou turnê em Porto Alegre, no Theatro São Pedro. Por último, em 2009, a peça foi selecionada pelo projeto Vitrine Cultural, do Grupo Silvio Santos, quando cumpriu temporada na Sala Vitrine do Teatro Imprensa.
O recente projeto “Pânico na Cidade” foi inicialmente idealizado pelo cenógrafo e ator Sérgio Lessa, que estudou o “Teatro Pânico” com ênfase na obra de Fernando Arrabal - “O Arquiteto e o Imperador da Assíria” - e desafiou os demais integrantes a aprimorar a pesquisa, que hoje ganhou forma e teve excelência comprovada ao ser contemplada pelo edital PROAC.
A companhia passou por algumas etapas: o Expressionismo, o Realismo, o Teatro Contemporâneo, e agora foca no Teatro Pânico, com o objetivo de aprofundar os conceitos já alcançados e adequá-los a uma linguagem teatral apropriada ao manifesto pânico e de relacioná-la com a história e cotidiano dinâmico da cidade.
As ações do grupo passaram a ser pautadas pelo pensamento pânico, que tem uma de suas raízes etimológicas da palavra pan - em grego significa todo. Nasce, então, o desejo de atingir a maior diversidade de pessoas com a realização de intervenções em espaços públicos freqüentados por todas as classes sociais. Com o intuito de atrair o público para que deixe de ter uma relação passiva com o espetáculo, convida-o a compartilhar do ritual proposto, do jogo teatral estabelecido em uma cerimônia baseada no conceito dos efêmeros pânicos. Em que o resultado da cerimônia é um banquete sacrílego e sagrado, erótico e místico, que abarca todas as facetas da vida, incluindo a morte, o humor, a poesia e a fascinação, no qual o pânico é um elemento presente.
A Cia. Quase Nada é formada pelos membros: Alan Brum, Gisele Freire, Guto Mendonça, Henrique Zanoni, Luiz Luccas, Rubia Reame e Sérgio Lessa se somam aos atores convidados: Eliane Sombrio, Felipe Ramos, Gerson Almoster e Suia Legaspe, nessa nova etapa de trabalho.